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sábado, 1 de junho de 2013

Resumingo a Liturgia do Sábado, dia 01/06/03


Resumindo a Liturgia do Sábado, dia 01./06/03
Ben Sirá conclui o seu livro com uma oração , que ocupa o capítulo 50, a partir do versículo 29, e se prolonga pelo capítulo 51, até ao versículo 12. É uma digna conclusão para a sua obra sobre a Sabedoria. As últimas palavras da oração são um propósito em ordem ao futuro: «Eu te glorificarei, cantarei os teus louvores, e bendirei o nome do Senho» (v. 12).
Logo depois, ao fazer memória da sua caminhada na busca da Sabedoria, o autor tira outra conclusão: «Graças a ela (à Sabedoria), adquiri inteligência desde o princípio; por isso nunca serei abandonado» (v. 20). 
Ben Sirá, na alusão às suas viagens, reconhece que houve tempo, provavelmente na juventude, em que andou desorientado. Mas teve tempo para encontrar a sabedoria, na oração: «Pedi-a a Deus, diante do santuário» (v. 14). Não basta a inteligência e o esforço humano para encontrar a sabedoria, porque ela é, sobretudo, um dom de Deus, uma participação na Sua própria Sabedoria. É por isso que a Sabedoria faz caminhar, faz crescer: «Nela fiz grandes progressos» (v. 17). Sendo a Sabedoria um dom divino, o homem sente necessidade de agradecê-la a Deus: «Tributarei glória àquele que me deu a sabedoria, 18porque resolvi pô-la em prática» (vv. 17b-18ª).
Um dom tão precioso como a Sabedoria não se pode desperdiçar. Por isso, Ben Sirá procura transmiti-la às gerações futuras. Hoje, somos nós que recebemos esse dom, sendo chamados a desposar-nos com a Sabedoria, que nos prepara para a vinda de Cristo, «Sabedoria de Deus».

Evangelho: Marcos 11, 27-33
A atitude «subversiva» de Jesus no templo inquietou os chefes, que resolveram interrogá-lo. Dir-se-ia que se trata de um inquérito à margem do processo oficial. A resposta positiva de Jesus, à pergunta que lhe faziam, equivalia a declarar-se Messias, pois só Messias tem autoridade para tomar tais atitudes. E nada mais seria preciso para um processo oficial contra Ele. Com grande habilidade, Jesus responde com outra pergunta, que lança a confusão entre os seus adversários. Como não tiveram coragem para responder, e se escudaram num lacónico «não sabemos», Jesus despediu-os com uma expressão seca: «Nem Eu vos digo com que autoridade faço estas coisas» (v. 33).
Talvez nos espante esta atitude de Jesus, tão atencioso e compassivo com Bartimeu. Mas o Senhor detesta a arrogância e a má vontade. É puro, mas não ingénuo.
O evangelho apresenta-nos os chefes do povo de Jerusalém que, indispostos, vão interrogar Jesus sobre os milagres que faz. O Senhor contra-ataca, fazendo perguntas que os deixam embaraçados, porque lhes fazem ver que não só não aceitaram o baptismo de João, não procuraram Jesus com pureza de coração, e nem sequer a verdade, mas unicamente os seus interesses mesquinhos. Por isso, acabam por responder: «Não sabemos». Não encontraram a Sabedoria. Pelo contrário, Maria, que sempre gostamos de recordar, particularmente em dia de sábado, é, para nós, modelo da busca da Sabedoria, porque procura a vontade de Deus com simplicidade e pureza de coração. Também ela fez uma pergunta ao anjo, na Anunciação: «Como será isso, se eu não conheço homem?» (Lc 1, 34). A pergunta de Maria não é má. A Virgem apenas pede um esclarecimento. Ouve respostas que não esclarecem tudo, mas lhe dizem que Deus tem um projecto onde Ela entra. E Maria aceita confiadamente participar nele. É o mesmo abandono e disponibilidade que Deus nos pede. 

Muitas vezes, os nossos pedidos a Deus, na oração, não obtêm logo resposta. Essa chega-nos na vida, nos acontecimentos. É por isso que Maria observava o que se passa à sua volta com Jesus, guardando e meditando tudo no seu coração. Com humildade, paciência e constância, Maria procurava a sabedoria sobre o projecto de Deus, que se revelava pouco a pouco, e ao qual aderia de todo o coração. Assim há-de ser também a nossa atitude.

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