O baptismo de Cornélio e
da sua família, passo decisivo na abertura do evangelho aos pagãos, foi
oficialmente comunicado às autoridades da Igreja de Jerusalém. Mas os
ambientes judeo-cristãos levantaram problemas e, quando Pedro chegou a
Jerusalém, pediram-lhe explicações. Embora sendo a máxima autoridade na
Igreja, o Apóstolo não queria agir de modo independente e caprichoso. Por
isso, explica o passo dado e as motivações do mesmo. Não conta todo o
episódio, mas apenas os pormenores que julga necessários para a sua
compreensão. Além do seu próprio testemunho, acrescenta o dos seis irmãos que
o acompanham, e lembra as palavras de Jesus, antes da ascensão: «vós, porém,
sereis baptizados no Espírito Santo». A efusão do Espírito incluía os
pagãos.
Os argumentos de Pedro acalmam os seus opositores. Estes reconhecem a
acção de Deus e verificam que a penitência em ordem à vida também é concedida
aos gentios, que não precisam de se tornar previamente judeus, nem de ser
circuncidados e observar a Lei. A missão entre os pagãos ficava oficialmente
autorizada. A acção de Pedro, que inicia a missão entre os gentios, uma vez
aprovada pela Igreja, torna-se acção da própria Igreja. Mais ainda: sendo
Cornélio romano, Lucas também insinua a boa relação entre os primeiros
cristãos e as autoridades romanas, a tolerância do Estado frente à Igreja,
decisiva na história do cristianismo.
Evangelho: João 10, 1-10
Esta parábola é dirigida
por Jesus, não aos judeus, mas aos fariseus com quem mantinha controvérsias
por causa da sua dignidade divina, da fé exigida aos homens e da atitude de
recusa que, em relação a Ele, mantinham os dirigentes de Israel. Os fariseus
são os pastores que não entraram pela porta. São, pois, ladrões e
salteadores. Jesus é o único pastor, que entra pela porta, que é a própria
porta do redil.
As diversas analogias, que aparecem na alegoria, têm por fim
realçar a autoridade de Jesus, cuja finalidade é apenas o bem-estar das suas
ovelhas, a quem se entrega sem reserva. Dá a vida por elas. A autoridade dos
fariseus não é legítima, porque se baseava numa interpretação da Lei que
esmagava o povo em vez de o libertar. Os fariseus buscavam o seu próprio
interesse e não o do povo (cf. Mt 23; Mc
12, 38ss.). Jesus é pastor legítimo,
porque está preocupado com as ovelhas. Veio
para servi-las, e não para ser
servido por elas. Conhece-as e elas conhecem-no; conhecem a sua voz. Têm dele
um conhecimento amoroso. Jesus, o Bom Pastor, não procura dominar, não exige
renúncia a nossa dignidade. Apenas pede que tenhamos confiança n´Ele para
chegarmos à meta, às pastagens eternas.
|
|
|
domingo, 21 de abril de 2013
Resumindo a liturgia da Segunda, dia 22/04/13
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário