26 DE AGOSTO DE 2012
Dia
Litúrgico: Segunda-Feira da 21ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 23,13-22): «Ai de vós,
escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus, mas vós
mesmos não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam. Ai de vós,
escribas e fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra para converter
alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais
do que vós. Ai de vós, guias cegos! Dizeis: ‘Se alguém jura pelo Santuário, não
vale; mas se alguém jura pelo ouro do Santuário, então vale!’ Insensatos e
cegos! Que é mais importante, o ouro ou o Santuário que santifica o ouro?
Dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela
oferenda que está sobre o altar, então vale!’ Cegos! Que é mais importante: a
oferenda ou o altar que santifica a oferenda? De fato, quem jura pelo altar
jura por ele e por tudo o que está sobre ele. E quem jura pelo Santuário jura
por ele e por Deus, que habita no Santuário. E quem jura pelo céu jura pelo
trono de Deus e por aquele que nele está sentado».
Comentário: P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP (San Domenico di Fiesole,
Florencia, Italia)
Hoje, o Senhor nos quer iluminar sobre um conceito que em si mesmo é
elementar, mas que poucos chegam aprofundar: guiar para o desastre não é guiar
à vida, senão à morte. Quem ensina morrer ou matar aos demais não é um mestre
da vida, senão um “assassino”.
O Senhor hoje está —diríamos— de mau-humor, está justamente enfadado com
os guias que extraviam ao próximo e lhe tiram o gosto de viver e, finalmente, a
vida: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra
para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno,
duas vezes mais do que vós» (Mt 23,15).
Há gente que tenta de verdade entrar no Reino dos Céus, e tirar esta
ilusão é uma culpa verdadeiramente grave. Têm se apoderado das chaves da
entrada, mas para eles representam um “brinquedo”, algo chamativo para ter
pendurado no cinturão e nada mais. Os fariseus perseguem os indivíduos, e
“andam a caça” para levá-los a sua própria convicção religiosa; não à de Deus,
senão à própria; com o fim convertê-los não em filhos de Deus, senão do
inferno. O seu orgulho não eleva ao céu, não conduz à vida, senão à perdição.
Que erro tão grave!
«Guias
—diz-lhes Jesus— cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo» (Mt 23,24).
Todo está trocado, revolvido; o Senhor repetidamente há tentado destampar as
orelhas e desvendar os olhos dos fariseus, mas diz o profeta Zacarias: «Eles,
porém, não quiseram escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os
ouvidos para nada ouvir» (Za 7,11). Então, no momento do juízo, o juiz emitirá
uma sentença severa: «Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!»
(Mt 7,23). Não é suficiente saber mais: faz falta saber a verdade e ensiná-la
com humilde fidelidade. Lembremo-nos do que disse um autêntico mestre da
sabedoria, Santo Tomás de Aquino: «Enquanto louvam a sua própria bravura, os
soberbos envilecem a excelência da verdade!».
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