Tema do Domingo de Páscoa
A liturgia deste domingo celebra a ressurreição. A primeira leitura
apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por
amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos,
testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O
Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do
discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la e o discípulo ideal, que ama
Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o
escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida
verdadeira.
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo
Baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova.
AMBIENTE
A obra de Lucas (Evangelho e Actos dos Apóstolos) aparece entre os anos
80 e 90, numa fase em que a Igreja já se encontra organizada e estruturada, mas
em que começam a surgir “mestres” pouco ortodoxos, com propostas doutrinais
estranhas e, às vezes, pouco cristãs. Neste ambiente, as comunidades cristãs
começam a necessitar de critérios claros que lhes permitam discernir a
verdadeira doutrina de Jesus da falsa doutrina dos falsos mestres.
Lucas
apresenta, então, a Palavra de Jesus, transmitida pelos apóstolos sob o impulso
do Espírito Santo: é essa Palavra que contém a proposta libertadora de Deus
para os homens. Nos Actos, em especial, Lucas mostra como a Igreja nasce da
Palavra de Jesus, fielmente anunciada pelos apóstolos; será esta Igreja,
animada pelo Espírito, fiel à doutrina transmitida pelos apóstolos, que tornará
presente o plano salvador do Pai e o fará chegar a todos os homens.
O episódio
de Cornélio é importante, porque ele é o primeiro pagão a ser admitido oficialmente por um
Apósltolo. Significa que a vida nova que nasce de Jesus é para todos os homens.
MENSAGEM
ACTUALIZAÇÃO
Reflectir a Palavra, a partir das seguintes coordenadas:
• A ressurreição de Jesus é a consequência de uma vida gasta a “fazer o
bem e a libertar os oprimidos”. Isso significa que, sempre que alguém – na
linha de Jesus – se esforça por vencer o egoísmo, a mentira, a injustiça e por
fazer triunfar o amor, está a ressuscitar; significa que sempre que alguém – na
linha de Jesus – se dá aos outros e manifesta em gestos concretos a sua entrega
aos irmãos, está a ressuscitar. Eu estou a ressuscitar, porque caminho pelo
mundo fazendo o bem, ou a minha vida é uma submissão ao egoísmo, ao orgulho, ao
comodismo?
• A ressurreição de Jesus significa, também, que o medo, a morte, o
sofrimento, a injustiça deixam de ter poder sobre o homem que ama, que se dá,
que partilha a vida. Ele tem assegurado a vida plena, essa vida que os poderes
deste mundo não podem atingir nem restringir. Ele pode, assim, enfrentar o
mundo com a serenidade que lhe vem da fé. Estou consciente disto ou deixo-me
dominar pelo medo, sempre que tenho de agir para combater aquilo que rouba a
vida e a dignidade a mim e a cada um dos meus irmãos?
• Aos discípulos pede-se também que sejam as testemunhas da ressurreição.
Nós não vimos o sepulcro vazio, mas fazemos todos os dias a experiência do
Senhor ressuscitado, vivo e caminhando ao nosso lado nos caminhos da história.
Temos de testemunhar essa realidade; no entanto, é preciso que o nosso
testemunho seja comprovado por factos concretos: por essa vida de amor e de
entrega que é sinal da vida nova de Jesus em nós.
2a. Leit. AMBIENTE
MENSAGEM
Neste texto, Paulo apresenta como ponto de partida e base da vida cristã
a união com Cristo ressuscitado, na qual o cristão é introduzido pelo Baptismo.
Ao ser baptizado, o cristão morreu para o pecado e renasceu para uma vida nova,
que terá a sua manifestação gloriosa quando ultrapassarmos, pela morte, as
fronteiras da nossa finitude. Enquanto caminhamos ao encontro desse objectivo
último, a nossa vida tem que tender para Cristo. Em concreto, isso implica
despojarmo-nos do “homem velho” por uma conversão nunca acabada e
revestirmo-nos cada dia mais profundamente da imagem de Cristo, de forma que
nos identifiquemos com Ele pelo amor e pela entrega.
No texto de Paulo, está
bem presente a ideia de que temos que viver com os pés na terra, mas com a
mente e o coração no céu: é lá que estão os bens eternos e a nossa meta definitiva.
Ev.
MENSAGEM
O texto começa com uma indicação aparentemente cronológica, mas que deve
ser entendida sobretudo em chave teológica: “no primeiro dia da semana”.
Significa que começou um novo ciclo – o da nova criação, o da Páscoa
definitiva. Aqui começa um novo tempo, o tempo do homem novo, que nasce a
partir da doação de Jesus. Maria Madalena representa a nova comunidade que
nasceu da acção criadora e vivificadora do Messias; mas, diante do sepulcro
vazio, o verdadeiro discípulo descobre que Jesus está vivo. CONSEQUÊNCIAS DESTA
DESCOBERTA: A Ig se espalhou pelo mundo, através dos missionários do
Ressuscitado. Nós somos seus missionários.
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