Twitter

domingo, 9 de dezembro de 2012

Comentando o Evangelho de hoje. II Domingo do Advento.


II DOMINGO DO ADVENTO ( P. A  de Andrade).

A perícope evangélica  hodierna deixa um pouco Jesus à parte e fala de seu precursor: João Batista. Este profeta divide o tempo das Promessas do Salvador (A. Testamento) e o das realizações das referidas  promessas (N. Testamento).
O Centro de suas pregações são as palavras de Isaias: “Esta é a voz que grita no deserto: preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas”.
O que J. Batista entendia com esta imagem de uma estrada aberta no deserto? Para entendê-la temos que evocar os grandes acontecimentos da Bíblia. Em primeiro lugar o Êxodo, quando o Senhor seguia o povo no deserto e lhe traçava a estrada por onde eles deviam seguir e se salvarem. Um segundo acontecimento é o retorno do exílio da Babilônia esperado e tido como um novo Êxodo.
 para a liberdade (Is 46,3-4; 63,9;Ger 16,14-15).
        
No entanto para o Precursor, a expressão preparai os caminhos do Senhor evoca a proximidade do cumprimento de uma promessa: está para começar um Novo Êxodo, uma nova Libertação, o cumprimento da promessa d`Aquele que há de vir.
         Outra explicação de ordem geográfica pode ainda facilitar nossa compreensão do texto em pauta. Jerusalém era uma cidade cercada pelo deserto. As estradas que vinham da parte oriental eram apenas caminhos cobertos de areia e pedras jogadas pelo vento. Na parte ocidental o terreno era áspero, muitas colinas e descidas íngremes até à planície às margens do Mediterrâneo. Quando um cortejo ou um personagem importante (Rainha de Sabá, por exemplo) vinham a Jerusalém as estradas tinham que ser arrumadas, endireitadas, aplainadas. Isso acontecia sobretudo uma vez por ano na Páscoa, quando na cidade se aglomeravam confusamente os peregrinos.
         Esta realidade inspirou J. Batista, pedindo que o povo preparasse os caminho para          AQUELE QUER DEVIA VIR.
         Da metáfora à realidade.
         O primo de Jesus ia mais além, não falava de caminhos construídos no terreno pedregoso do deserto judeu. Mas referia-se a uma estrada feita na própria vida, isto é, uma conversão para receber o Salvador. No seu entender, o homem é como uma cidade invadida pelo deserto. Ele vive fechado em si mesmo, no seu egoísmo, isolado no seu castelo. Nós complicamos, destruímos nossos caminhos e vivemos perdidos no labirinto de nossa ilha desértica.
         Isaias e o Batista falam metaforicamente de buracos, montes, passagens tortuosas. Traduziríamos tudo isso por: violências, invejas, cobiças, mentiras, hipocrisias, superficialidades, drogas etc.
         Não temos dúvidas que o discurso de Isaias e S. João é válido também para nós hoje. Para todos aqueles que anseiam esperançosos a “salvação de Deus”. Reflitamos corajosamente sobre estes textos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário