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sábado, 24 de março de 2012

O Superior Geral dos Salesianos e o Papa

P. Chávez (Superior Geral dos Salesianos): o Papa visita a minha terra (ANS – Roma) – Faz alguns dias o P. Pascual Chávez, Reitor-Mor dos Salesianos, mexicano, foi entrevistado por “Vatican Insider” e teceu as suas considerações acerca da realidade latino-americana que espera pelo Papa, o qual acaba de partir para uma Viagem Apostólica ao México e a Cuba. Eis algumas passagens da entrevista. A América Latina – os países Cuba e México especialmente – estão numa fase de profunda transformação, em vários níveis: político, econômico, social, cultural. São mudanças que interpelam inevitavelmente a Igreja, e portanto também o Papa, chamado a ser o Pastor do povo cristão universal. “Cuba está vivendo uma fase de transição, (…) em que, por um lado, se continua a repisar a validade idealista ou ideológica do comunismo e (…), por outro, torna-se cada vez mais visível uma crescente liberalização rumo a uma economia de mercado” – observa o P. Chávez. Mas a mudança se dá outrossim no âmbito da liberdade religiosa, embora a caminhada a ser feita seja ainda longa: “A vida eclesial – acrescenta o Reitor-Mor – vai assumindo cada vez mais o seu ritmo normal, embora na prática se reduza ao culto, à evangelização e à catequese”. O olhar do Reitor-Mor transfere-se a seguir para o “seu” México, marcado por meses de violências que têm causado milhares de mortos e tem mostrado a ausência de um verdadeiro Estado de direito. Entretanto não se pode esquecer a profunda religiosidade dos cidadãos mexicanos: “O Papa encontrar-se-á com um povo que continua sendo profundamente religioso, mariano ‘guadalupano’, embora cada vez mais desafiado pelas seitas e pela secularização”. No conjunto do Continente latino-americano, o Reitor-Mor individua um desenvolvimento com dois ritmos: “Enquanto alguns países já estão consolidados economicamente – Brasil, Argentina, Chile, México – outros continuam sendo muito pobres. Enquanto em alguns países as democracias estão fortalecidas, em outros renasce o ‘caudilhismo’ e um populismo de marca diferente”. Por último, o P. Chávez exprime toda a sua confiança em Bento XVI nos seus encontros com os mexicanos e cubanos: “Bento XVI parece que procura diminuir a sua própria imagem, a fim de que cresça a de Jesus Cristo na mente e no coração das pessoas ou dos grupos que encontra. A sua inegável qualidade teológica permite-lhe anunciar o Evangelho numa linguagem que o torna compreensível e relevante à pessoa de hoje, buscando suscitar aqueles questionamentos da existência humana que podem abrir caminhos para a busca de Deus (…). Para mim Bento XVI representa o Papa de que a Igreja precisa hoje”. Publicado em 23/03/2012

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