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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Evangelho do dia


Comentário ao Evangelho de Mateus 20, 20-28PDFImprimirE-mail
Escrito por Ervino Martinuz ( Pe, Ervino é salesiano, de Mato Grosso do Sul)  
Dom, 24 de Julho de 2011 17:56
Jesus e os discípulos estão a caminho de Jerusalém (Mt 20,17). Jesus sabe que o matarão (Mt 20,8). O profeta Isaias já o tinha anunciado (Is 50,4-6; 53,1-10). A morte dele não será o fruto de um destino cego ou de um plano pré-estabelecido, mas será a consequência de um compromisso livremente assumido em fidelidade à missão recebida do Pai junto aos pobres de sua terra. Jesus já tinha falado que o discípulo deve seguir o mestre e carregar a cruz atrás dele (Mt 16,21.24). Mas os discípulos não entendem bem o que estaca acontecendo (Mt 16,22-23; 17,23). O sofrimento e a cruz não combinavam com a ideia que tinham do messias.
• Mateus 20,20-21: O pedido da mãe dos filhos de Zebedeu. Os discípulos não só não entendem, mas continuam a pensar em suas ambições pessoais. A mãe dos filhos de Zebedeu, porta-voz de seus filhos Tiago e João, se aproxima de Jesus para lhe pedir um favor: “Manda que estes meus filhos se sentem, no teu reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. Eles não tinham entendido a proposta de Jesus. Estavam preocupados só com seus interesses. Isto espelha as tensões nas comunidades, seja na época de Jesus e de Mateus, como também nas nossas comunidades.
• Mateus 20,22-23: A resposta de Jesus. Jesus responde com firmeza. Responde aos filhos e não à mãe: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Trata-se do cálice do sofrimento. Jesus quer saber se eles, em lugar do lugar de honra, aceitar entregar suas vidas até à morte. Os dois respondem: “Podemos!”. Era uma resposta sincera e Jesus confirma: “De fato, vós bebeis do meu cálice”. Parece uma resposta afoita dos dois irmãos, porque poucos dias depois, abandonam Jesus e o deixam sozinho na hora da dor (Mt 26,51). Não tem uma forte consciência crítica, e nem mesmo tem consciência de sua realidade pessoal. E Jesus completa a sua frase dizendo: “mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”. O que Jesus pode oferecer é o cálice do sofrimento, da cruz.
• Mateus 20,24-27: “Entre vós não deverá ser assim”. “Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos”. O pedido feito pela mãe em nome dos filhos, causa uma forte discussão no grupo. Jesus chama os discípulos e lhes fala sobre o exercício do poder: “Vos sabeis que os chefes das nações tem poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro seja vosso servo”. Naquele tempo, aqueles que tinham o poder não tinham qualquer interesse pelo povo. Agiam em defesa de seus interesses (cfr. Mc 14,3-12). O império romano controlava o mundo, subjugando com a força das armas e assim, com os tributos, taxas e impostos, conseguia concentrar a riqueza com a repressão e o abuso do poder. Jesus tinha outra resposta. Ele se posiciona e ensina contra os privilégios e contra a rivalidade. Subverte o sistema e insiste na atitude do serviço que é o remédio contra a ambição pessoal. A comunidade deve preparar uma alternativa. Quando o império romano se desintegra, vítima de suas contradições internas, as comunidades deveriam estar preparadas para oferecer às pessoas um modelo alternativo de convivência social.
• Mateus 20,28: O resumo da vida de Jesus. Jesus define sua vida e sua missão: “Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida como resgate em favor de muitos”. Nesta auto-definição de Jesus encontram-se presentes três títulos que o definem e que eram, para os primeiros cristãos, o começo da Cristologia: Filho do homem, Servo de Javé e irmão maior (Parente próximo ou Joel). Jesus é o messias Servo, anunciado pelo profeta Isaias (cfr. Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Aprendeu através de sua mãe: “Eis a serva do Senhor!” (Lc 1,38). Proposta totalmente nova para a sociedade daquele tempo.

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