Dia
Litúrgico: Quarta-feira da 17ª semana do Tempo Comum
Evangelho (Mt 13,44-46): Naquele tempo, Jesus disse às pessoas: «O Reino dos
Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem
escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele
campo.
»O
Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao
encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os bens e compra aquela
pérola».
Vai vender todos os seus bens e compra aquele campo
Hoje, Mateus põe à nossa
consideração duas parábolas sobre o Reino dos Céus. O anúncio do Reino é
essencial na prédica de Jesus e na esperança do povo eleito. Mas é notório que
a natureza desse Reino não era entendida pela maioria. Não a entendia o
sinédrio que o condenaram à morte, não a entendiam Pilatos, nem Herodes, também
não a entenderam de início os próprios discípulos. Só se encontra uma
compreensão como a que Jesus pede ao bom ladrão, cravado junto dele na Cruz,
quando lhe diz: «Jesus, Lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino» (Lc
23,42). Ambos tinham sido acusados como malfeitores e estavam quase a morrer;
mas, por um motivo que desconhecemos, o bom ladrão reconhece Jesus como Rei de
um Reino que virá depois daquela terrível morte. Só podia ser um Reino
espiritual.
Jesus, na sua primeira prédica, fala do Reino como um tesouro
escondido cuja descoberta causa alegria e estimula à compra do campo para poder
gozar dele para sempre: «cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e
compra aquele campo» (Mt 13,44). Mas, ao mesmo tempo, alcançar o Reino requer
procurá-lo com interesse e esforço, ao ponto de vender tudo o que se possui: «Ao
encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela
pérola» (Mt 13,46). «A propósito de que se diz buscai e quem busca. Encontra?
Arrisco a ideia de que se trata das perolas e a pérola, pérola que adquire o
que deu tudo e aceitou perder tudo» (Orígenes).
O Reino é de paz, amor justiça
e liberdade. Alcançá-lo é, por um lado, dom de Deus e por outro lado,
responsabilidade humana. Diante da grandeza do dom divino constatamos a
imperfeição e instabilidade dos nossos esforços, que às vezes ficam destruídos
pelo pecado, as guerras e a malicia que parecem insuperáveis. Não obstante,
devemos ter confiança, pois o que parece impossível para o homem é possível
para Deus.
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