I Domingo da Quaresma. Lc. 4, 1-13. (Antenor).
1. No centro
da liturgia hodierna está o episódio das tentações no
deserto. Lc. coloca o fato como um exemplo para a Igreja.
> O v. 13
nos diz que “ terminadas as tentações o
diabo se retirou para retornar no tempo oportuno”. Que se entende por tempo oportuno? Antes
de tudo trata-se do tempo da Paixão de Jesus em
que Ele tb foi tentado (se és Filho de
Deus, desce da Cruz). Mas tb significa o Tempo da Igreja.
A
história de Jesus continua na vida de seu Corpo Místico que é a Igreja. O
demônio, após tentar o Chefe e ser rechaçado volta-se tb para a organização
fundada por Jesus, a Igreja, que somos nós.
3. O Ev de hoje não nos lembra apenas que estamos
constantemente em tentação, mas sugere o que devemos
fazer para não cairmos. Jesus venceu suas tentações sobretudo com duas
armas: o jejum e a Palavra de Deus. Jesus, durante as tentações cita várias vezes a Escritura.
Dois tipos de
jejum: o corporal, físico e aquele que os
primeiros cristãos chamavam de o jejum do mundo.
Este é mais profundo, espiritual e exige mais de nós. Consiste em não nos
conformarmos com a mentalidade do mundo. Exige que nós não só nos abstenhamos do que é pecaminoso, mas tb daquelas coisas
inúteis, supérfluas, que enfraquecem nossa vontade e nosso espírito que
ligam a alma ao corpo e o corpo ao terra a terra, ao que nos afasta de Deus. Há
coisas materiais que devem ser usadas por nós, o problema é conformar-se,
aceitar pacifica e cegamente o consumismo que se nos apresenta cada vez mais intenso e agressivo. A
reflexão sobre as tentações de Jesus nos ajudarão a vencer tb as nossas.
4. Há ainda
outro tipo de jejum:
O jejum de si mesmo: se alguém quiser seguir-me, renuncie a si mesmo (Lc. 9, 23). É o
jejum mais difícil e doloroso, o que exige que cortemos o mal pela raiz, o
que realmente nos faz levar a sério a Jesus e seu Evangelho.
Enquanto não
dominarmos nosso velho e tenaz "ego", não poderemos caminhar mt em direção ao
Evangelho. Nosso egoísmo é a raiz mestra que impede nossa verdadeira conversão, é ele alimenta todos os demais defeitos. Não é fácil o jejum de si mesmo, qd nosso "eu” domina
nossa vida.
No entanto, esse verdadeiro jejum espiritual nos trará a paz, a alegria, a concórdia, a
verdadeira vida no Senhor Jesus.
5. A Palavra de Deus
Dizíamos
inicialmente que Jesus venceu as tentações do demônio tb através da Palavra de
Deus. A Palavra que Ele nos anuncia
nos limpa ( Jo.15, 3). O Profeta
Amós (Am. 8,11) nos fala de uma fome e sede de escutarmos a Palavra de Deus. Esta
fome e sede devem ser constantes sobretudo durante a Quaresma.
Todo lar
cristão deve ter sua Bíblia e qd a lermos devemos nos concentrar sobretudo, naquela palavra ou pensamento que mais nos chamou a atenção. De repente ela está dirigida
especialmente para nós. Paulo na 2a leitura afirma: a Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração.
6. Por em prática a Palavra
A palavra não
deve permanecer estéril em nossa vida, escutada ou lida deve ser posta em
prática
O programa
portanto da Quaresma deste ano é o jejum e a escuta da Palavra de Deus. Uma tarefa que será um presente que Deus nos oferece e que o colocaremos em
prática alegre e prontamente. Estaremos no deserto com Cristo, jejuando e
meditando, preparando-nos com Ele para nossa Páscoa, onde juntos viveremos eternamente.
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