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terça-feira, 1 de novembro de 2011

POESIA DO IVAN

INTERPRETAÇÃO

- Bastaria este sorriso alegre
nascendo de seu rosto triste
para dizer prá todo mundo
que a esperança existe.

- Bastaria seu olhar anunciando
horizontes invizíveis
para a gente sair por aí
bebendo sonhos impossíveis.

Bastaria uma canção
dessas que choram antes de nascer
para se entender que a vida
empurra cada minuto para o amanhecer.

- Bastaria, como você faz quotidianamente ,
um simples gesto de apertar a mão
para você saber que por trás da máscara do lobo
está sorrindo um rosto de irmão.

- Bastaria você sentir toda a naturaza
e vê-la em doação
para ter coragem de variar a vida
na vida desmedida de ser gente.
………………………………………………
Agarro o tempo
com as mãos,
com os olhos,
com o sangue
com o (..
com unhas e dentes
para fazer de cada minuto
luz das retinas cansadas,
grito que acorda os mortos
canção que faz a esperança
sopro que inventa a vida.

Lá por trás do muro
que prende o chão e o fruto do trabalho
escorre a vida
que enxerga com os olhos
das crises famintas;
que fala com a voz
dos trabalhadores explorados
que reza com a oração
do povo esmagado;
que briga com as armas
das mil necesidades,
que morre e continua
resistindo na pele
de quem aprendeu
a respeitar cada dia
na luta sem fim.
………………………

É noite,
o silêncio se embebeu de luar
e está tecendo
minha fantasia de paz
para amanhã cedo
eu desfilar
como folião de outro planeta
e de outro carnaval
pelas ruas
quando a paz é piada de mal gosto
prá quem

nasceu na violência
e se (.. à vida
negada em cada esquina
e apontada como arma
para o futuro
que juro
vai chegar
como esta manhã
que eu começo
nos ritmos
nas mãos
e na luta corpo a corpo
para vencer o desânino
que não sabe mudar…

………………………………..

Me levanto
para pegar papel e caneta
porque a poesia chegou.
Ela, a poesia,
que não sabe dar aviso prévio
me toma pela mão
e me faz anotar palavras à tôa(¿).
Prá mexer nessa palavra vazia
prá sentar o grifo invisível
prá mexer num livro
sem nome
à procura de poema inédito,
que não cabe na mão
que explode livre
na noite que abraça
e acalenta
a esperança de viver amanhã.

…………………………………………..

Longa é a viagem
e o caminho de pedra
está cheinho de espinhos…

Preciso levar comigo
um pouco de muito amor
para enfrentar essa “lida”
que me posa aqui de lado
e quer me fazer parar.

Há companheiros na estrada
morrendo
pelo cansaço
com a alma feito bagaço
de tanto levar pancada.
O duro é ficar pensando
que tudo isso acontece
é crime de Satanás
que disfarçado na lei
feito zelo pela grei,
se fez santa disciplina
para cumprir missão divina
com cara de santo rei (¿).

……………………………………

Faço minha poesia:
raiz e fruto
da luta de cada dia.

Cada verso – (granito
rabiscado pelo raio –
tatuagem do meu grito.

Meu conto busco no chão,
no andar quebrado do povo
e no grito de sua mão.

Me alisto na militância
da poesia da vida
e prossigo em sol e ânsia…

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