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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

OS ÚLTIMOS DIAS DE DOM BOSCO NA TERRA

OS DIAS QUE ANTECEDERAM A PARTIDA DE D. BOSCO[1]
                                    P. Antenor de Andrade Silva, sdb.

D. Bosco deixou-nos em às 04h45 do dia 31 de janeiro de 1888. Seus últimos anos foram de muitos sofrimentos. Nos dias que antecederam sua morte os achaques também não foram poucos, nem menos martirizantes. A debilidade o impedia de se comunicar com seus jovens e admiradores, chegando por vezes a perder a voz. O fato lhe trazia muito sofrimento. Em 23 e 24 de junho de 1887, no Oratório se festejava seu onomástico. Ele perdera a voz, na ocasião P. Miguel Rua o substituiu, fazendo um “discurso comovido”.
 Segunda quinzena de Dezembro, o quadro clínico do enfermo se complicou, apavorando ainda mais Salesianos e jovens do Oratório que se rezavam constantemente orando pelo grande e amado benfeitor. P. Rua não se afastava de seu lado. Esperava-se a qualquer momento uma eventualidade.
Os enfermeiros não tinham idéia do que oferecer ao paciente que se contorcia por causa das contínuas náuseas. A febre não o deixava e tinha dificuldades em respirar. P. Rua a cada dia enviava uma correspondência aos diretores, pondo-os a par da situação do enfermo. A Circular de 27 de Dezembro trouxe um problema grave e alarmante. D. Bosco estava com uma cardiopulmonite que lhe atingia o coração e os pulmões. Era o começo do fim.
No entanto, em meio aos sofrimentos o enfermo não perdia seu bom humor. No dia 26 quando três médicos apareceram para examiná-lo, ele sussurrou ao secretário P. Viglietti: «Vejamos o quando vale a ciência e a competência de três doutores».
Na noite de 29 para 30 de dezembro dizia aos Padres Rua, Bonetti e Dom Cagliero:«Recomendo aos Salesianos a devoção a  Maria Auxiliadora e a comunhão freqüente». Na Crônica de Viglietti lemos que aos 06 de janeiro o doente fez a seguinte advertência: «É bom que você diga ao padre Rua que fique atento. Sinto-me um pouco melhor, mas a minha cabeça não sabe mais nada. Não sei se é manhã ou noite, que ano é e que dia é. Se é dia de festa ou dia de semana... não sei me orientar...não sei onde estou. Apenas conheço as pessoas... não recordo as circunstâncias...parece que estou rezando sempre, mas não sei com certeza...Ajudem-me vocês!»
A partir dos últimos dias de janeiro perdia freqüentemente a consciência e delirava. Ao retornar à lucidez, saudava os presentes e repetia: «Diga aos jovens que os espero no paraíso».
«A noite de 29 para 30 foi muito dolorosa para o pobre Dom Bosco, que não conseguia respirar nem engolir. Pelas 02 da manhã, começou tremer, bater os dentes e  respirar com dificuldade. Até sua cama tremia». Quando se acalmou um pouco, exclamou «Seja feita em tudo a vontade de Deus». Pela manhã percebeu-se que seu braço direito estava paralisado. Daí em diante não conseguiu mais falar, embora os presentes percebessem que tinha vontade de dizer alguma coisa.
Novamente sua respiração tornou-se penosamente difícil. Com a dispnéia aumentavam sempre mais os sofrimentos do moribundo e a angústia dos presentes que tanto o amavam e a quem tanto deviam. Junto ao leito P. Rua e Dom Cagliero fizeram as últimas oração, enquanto os demais choravam. A um determinado momento, sobre o leito, pararam todos os movimentos. No Céu entrava mais um santo, enquanto na terra centenas de órfãos pediam que ele não os abandonasse espiritualmente. Era 31 de dezembro de 1888, 04h45 da manhã.




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