DOMINGO DO CORPO E SANGUE DE CRISTO
Mc 14,12-16.22-26 (
P. Antenor de Andrade).
A Igreja é feita pela
Eucaristia que é o Corpo de Cristo. Este é outro mistério essencial de nossa
fé.
Há alguns anos esta a festa litúrgica da solenidade de Corpus Christi (Corpo de Deus) era especial:Igrejas adornadas, ruas
enfeitadas, multidões piedosas nas procissões. Hoje, em algumas cidades as ruas
ainda se enchem de flores e desenhos referentes ao mistério.
O Evangelho de hoje nos diz
que X.to procurou uma sala para celebrar a Páscoa com seus discípulos. Vamos
oferecer-Lhe esta sala, onde nos alimentaremos e conversaremos juntos como
amigos. Os discípulos de ontem, somos nós hoje. A sala é outra, mas o Senhor é
o mesmo.
Relação entre nós, a Igreja e a Eucaristia que celebramos
Sabemos que Cristo está
realmente presente no altar, através do milagre da transubstanciação, a
transformação misteriosa do pão e do vinho, em seu Corpo e Sangue. Mas, como é
que a Igreja também está presente na Eucaristia e como a Eucaristia faz a
Igreja? Este é um aspecto importante de nossa fé. A Igreja se faz presente na
Eucaristia não de modo real,
físico, visível e sim de um modo incompreensível à nossa inteligência. Uma
forma misteriosa, por causa de sua
íntima relação com seu fundador, Cristo. No altar encontramos duas presenças: o
Corpo real de Cristo e o seu Corpo místico, a Igreja.
Três momentos especiais em que no altar atua esta co-presença: o Corpo
de Cristo que é a Igreja
O Ofertório – é o momento em que a Igreja, Corpo místico de Cristo, à imitação de
seu fundador e chefe se oferece ao Pai. A liturgia tem passagens interessantes.
No ofertório o sacerdote ao oferecer o pão e o vinho, diz: fruto da terra e do trabalho do homem. Entenda-se que também a
terra e o homem participam da Eucaristia, pois obedecendo à ordem do Criador
(Gen 1,11) produzem o vinho que alegra o
coração do homem e o pão que conserva sua força (Sal. 104,15). Estes
produtos milagrosamente tornar-se-ão Corpo e Sangue de Cristo. A gota de água
colocada no cálice simboliza, é sinal de nossa união com a vida divina de X.to
que assumiu nossa natureza humana.
Precisamos valorizar o
ofertório, assumir, conscientizar os seus significados. Colocar no Cálice do
Senhor nossas gotas de água, isto é: nossas alegrias e tristezas, nossos
esforços, esperanças, sofrimentos e projetos. Em voz alta ou no silêncio do coração.
O sacerdote recolherá tudo e oferecerá ao Pai com o pão e o vinho que se
transformarão no Corpo e Sangue de Cristo.
A Consagração – O significado deste momento carece de uma maior explicitação aos fieis.
Ele é o ponto principal do mistério eucarístico, do milagre que acontece em
todas as Missas. No momento da Consagração, nós sacerdotes nos voltamos
naturalmente ao Cenáculo na ocasião da primeira Consagração realizada pelo
Senhor e que nós estamos repetindo em sua memória.
Não obstante, tanto os ministros
consagrados como os fieis, não
podemos parar na história factual, no Jesus histórico. Com as palavras da
Consagração, o Filho de Deus se torna realmente presente no meio de nós,
escondido nas partículas e no vinho consagrados. Aquele que se entregou por
nós, adotou-nos como irmãos e filhos do mesmo Pai.
Tomai e comei, isto é meu Corpo. Ao recebermos o Corpo e Sangue de X.to nós
nos tornamos um de seus membros. Santo Agostinho nos diz que “no Altar do
Senhor celebramos o nosso mistério, já que ao recebermos seu Corpo e Sangue nos
tornamos também seus membros”.
A Comunhão - A eucaristia é o Sacramento da unidade. A comunhão “faz”
a Igreja, no sentido que significa e manifesta sua unidade. Entre consagração e
comunhão há um profundo sentido. Recebemos Cristo na comunhão, enquanto que
antes, na Consagração, Ele já se tinha
oferecido ao Pai em sacrifício por nós. Com este exemplo que Ele nos dá,
devemos estar dispostos a nos acolher uns aos outros. Ninguém se dá ao outro se
não morre um pouco para si mesmo, ou seja sacrificando-se. Paulo nos lembra que
aqueles que recebem o mesmo pão, em torno da mesma mesa, formam um só corpo (1
Cor, 10, 16).
Esta foi a experiência fantástica
que tiveram os primeiros cristãos. A Palavra de Deus os convocava, mas era “a
fração do pão que os reunia num só
coração e numa só alma (cf At, 2,41ss e 4,32). A comunidade se sentia ao redor
do altar como se fosse um só pão, formado dos muitos grãos de trigo colhidos
nos vários campos cf. Didaché, 9,4).
A esta altura podemos
compreender melhor o afirma Agostinho quando diz que no altar celebramos “nosso
mistério”.
Nosso Amém, no momento da Comunhão, não é apenas um Sim a Cristo, morto e ressuscitado por nós, mas também a toda a
Igreja, à jerarquia, a todo o povo de Deus.
Jesus nos pede que sejamos
unidos, como Ele e o Pai são Um. Essa união nós só conseguiremos através da
Eucaristia, Sacramento da União, seu Corpo e Sangue.
A festa de hoje seja mais um
incentivo para construirmos com a força da Eucaristia a imensa família que
unida caminha em direção à Casa do Pai.
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Que texto rico em explicações. Com a leitura aprendi bastante sobre o que acontece na Missa. Agora vou prestar mais atenção, uma vez que tenho o conhecimento.
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