Entrevista com Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da
Fé, Pe. Marcelo Gualberto
Por
Thácio Siqueira
BRASILIA, sexta-feira, 8 de junho de 2012 (ZENIT.org) - Há dois dias atrás, Pe. Marcelo Gualberto Monteiro concedeu à ZENIT
uma entrevista na qual explicou a organização da Semana Missionária que
precederá a JMJ 2013. (Cf. entrevista clicando aqui)
Hoje plublicamos a segunda parte da entrevista.
Pe. Marcelo mostra como a POM articula o seu trabalho com a Juventude em
território brasileiro.
***
PE. MARCELO: Animar os jovens para que sejam
missionários de outros jovens. O discipulado nos convida a tomar a consciência
de que uma vez feito a experiência de intimidade com Cristo o jovens é
responsável de anunciar a outros jovens esta alegria contagiante do seu jeito
de ser missionário. O jovem sabe como chegar ao coração de outro jovem, sabe
usar linguagem própria, assim um jovem entusiasmado em cristo é capaz de
contagiar muitos outros.
Este é o nosso papel à frente da Propagação da
Fé, suscitar que estes jovens entusiasmados de Cristo tomem a consciência de
seu protagonismo na missão da Igreja e compartilhe com outros jovens do
mundo a alegria de ser de Deus e de lutar por um mundo melhor em busca da
justiça e solidariedade como aqueles jovens que estão dispersos nos quatro
cantos da terra.
ZENIT: Como é que os jovens
católicos estão se movimentando para serem missionários? Realmente existem
jovens missionários no Brasil?
PE. MARCELO: Há um grande desejo missionário no
interior da juventude, porém é preciso despertar, uma vez que sair das
comodidades habituais gera uma ruptura do modo de Viver.
É preciso apresentar às juventudes do Brasil os
trabalhos que a Igreja tem na dimensão missionária. Muitos ainda se fecham por
falta de conhecer outras realidades não se preocupando com o outro, mas quando
há abertura os jovens se apaixonam e de fato se entregam de corpo e alma em
anunciar. E é perceptível na juventude que ela tem uma sensibilidade
muito grande em ajudar e ter compaixão daqueles que estão a margem, eles
entendem o propósito verdadeiro do anúncio, desde que dêem este primeiro passo
da redescoberta.
A juventude missionária animada pelas POM
presente no Brasil há 7 anos tem auxiliado os jovens a fazer esta experiência e
podemos dizer sim que no Brasil, hoje, temos jovens missionários, não só os da
Juventude Missionária animada pelas POM, temos muita coisa bonita pelo Brasil e
pelo mundo e pena que não é divulgado.
ZENIT: Os jovens
brasileiros participarão do III Congresso Missionário Nacional?
PE. MARCELO: Sim, um dos quatro mutirões
propostos no congresso é sobre Infância, adolescência e juventude missionária.
Isto tem despertado muito o interesse uma vez que ao fazer a inscrição o
congressista faz duas opções para os mutirões sendo que tem sido o mutirão
da IAJM que mais rápido preencheu as vagas.
Desde o início do ano os grupos da JM,
espalhados pelo Brasil vêem se preparando com o instrumento de trabalho
elaborado pelas POM, que prepara o povo para melhor vivenciar o 3º Congresso
Missionário Nacional, claro que não é só os jovens que fizeram toda esta
preparação e toda animação missionária. De modo especial os conselhos
missionários fizeram os pré-congressos como requisito para participação em
Palmas – TO.
ZENIT: Qual é o Estado
Brasileiro, a diocese brasileira, que hoje por hoje, está sendo um maior
exemplo a ser seguido pelas demais dioceses do Brasil, com relação ao trabalho
com a juventude missionária?
PE. MARCELO: Graças a Deus e a dedicação de
tantos missionários, que abraçaram a causa e vêem na JM uma oportunidade para
conscientizar um pouco mais a juventude católica da missão comprometida com a
justiça e a verdade, tem surgido grupos por todo o Brasil e cada vez mais nasce
principalmente naquelas regiões que a IAM já está bem consolidada.
Como região o nordeste e o sul tem tido um maior
crescimento da JM até mesmo pelo fato da IAM por lá ser bem forte e a JM sendo
essa continuidade na metodologia e no carisma proposto pelas Pontifícias.
Enquanto Juventude Missionária segue um pouco
esta estatística sendo que o estado do Ceará concentra um bom numero de grupo
da JM também o Paraná tem crescido bastante.
Percebemos onde há um jovem que acompanha, ou um
assessor a coisa tem andado com uma maior facilidade.
ZENIT: Os sacerdotes devem
estar ao lado da Juventude hoje? Por que?
PE. MARCELO: Sem sombra de dúvidas. Uma grande
porcentagem das pessoas hoje estão na faixa etária juvenil e uma grande parte
não estão inseridos em alguma atividade pastoral ou até mesmo nem vivem uma
vida de fé, daí a necessidade dos pastores de alma se dedicarem na
evangelização juvenil.
Percebemos as vezes que muitos padres não
acreditam nos jovens, os vêem como aqueles que só gostam do “oba oba” e na hora
do vamos ver na fé “cascam fora”.
Claro que é mais fácil para o padre e muitos
estacionam aí em pastorear somente aquelas ovelhas que sempre estão
freqüentando as atividades paroquiais.
Trabalhar com jovens é exigente, precisa sempre
inovar, traduzir o evangelho para atualidade daí onde muitos encontram
dificuldades e acham mais fácil deixar para lá, “aqueles que quiserem vem” e
permanecer nas mesmas estruturas que para a juventude já é ultrapassada. Não
digo nada no sentido de mudança de doutrina ou magistério, simplesmente em
novos meios e metodologias.
Vemos muitos sacerdotes que estão perto da
juventude e tem produzido frutos belíssimos
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