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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Desafios do homem moderno - V


Desafios do homem moderno – V (última reflexão)
Antenor de Andrade.

 O problema principal da humanidade hoje, é a carência de uma ética de relacionamentos com a Natureza

Os relacionamentos entre o homem a natureza e/ou entre os homens e seus semelhantes deveriam ser norteados por uma ética que poderíamos denominar de Ética de relacionamentos. Um comportamento, uma espiritualidade comum, universal que o levaria a agir de acordo uma orientação, pautada por esta Ética  dominante e aceita por todos.
No entanto, a dificuldade principal está no julgamento e na aceitação de um modus operandi, uma maneira geral de agir e de operar. Essa atitude comportamental deveria fluir das opções fundamentais, ou seja do entendimento dos valores do ter e do ser que nos levam a nos comportar desta ou daquela maneira.

Um relacionamento contemplativo com a natureza

« O homem  vive atualmente a urgência de uma opção fundamental, a favor de um novo sentido do desenvolvimento integral e de motivações que justifiquem e dêem sentido à vida e à convivência humana.  Essas motivações devem envolver um nível nacional, internacional e mundial unidas a um relacionamento contemplativo com a natureza».

O homem moderno carece de uma espiritualidade que integre pelos menos cinco aspectos.

Uma espiritualidade ecológica – Temos que ver na ecologia não apenas um depósito gigantesco da natureza a ser aproveitado, dilapidado, esgotado, mas uma obra do Criador que deve ser admirada, respeitada.  Deus está presente nela.
S. Francisco de Assis nos dá o grande exemplo desse relacionamento contemplativo, quando chama “ o irmão sol..., a irmã lua..., a irmã água...



Uma espiritualidade dialógica – Esta modalidade comportamental não vê no outro um rival, um inimigo potencial, mas alguém que deve ser respeitado e promovido. Alguém que tem potencialidades que devem ser colocadas a bem do crescimento e aperfeiçoamento recíproco. Esta espiritualidade leva a um respeito e reconhecimento mútuo e a aceitação das características de cada um. Isso deveria ocorrer em nível de indivíduos, grupos e nações.

Uma espiritualidade solidária – Seria uma vida parecida com a dos primeiros cristãos. Uma convivência em que houvesse a comunicação dos bens materiais, culturais, espirituais levaria ao crescimento da pessoa. Desse modo chegaríamos à unidade do gênero humano, cujo horizonte é alcançar  e ultrapassar as diferenças transitórias inerentes aos tempos, raças e culturas.

Uma espiritualidade de comunhão – A comunhão com os outros, com os homens e com toda a humanidade leva à comunhão com Deus, o Outro por excelência. Cria-se então, uma harmonia e uma constante contemplação com toda a Natureza.

Uma espiritualidade universal – Trata-se de uma atitude que leva a todos, pessoas, grupos e nações a um universalismo entendido como mentalidade universal, como uma atitude de harmonia e síntese do diferente e complexo.
A aceitação e a prática de uma espiritualidade assim entendida e vivida poderia levar os homens a carrearem todas as energias e potencialidades do universo a um desenvolvimento humano integral, onde todos se sentissem realmente solidários, realizados e felizes.

O último desafio

O último desafio está nas  religiões. Serão elas capazes de construírem com a humanidade uma espiritualidade com tais características, elas que padecem também de  divisões, interesses, individualismos? Serão capazes de construírem um entrosamento humano que dê sentido a todos os relacionamentos pessoais, grupais, de povos e nações? Algo que elimine todas as desconfianças, divisões internas e externas, intolerâncias étnicas, religiosas, sociais? Como desenvolver um dialogo e criar na humanidade um DNA espiritual comum e universal que envolva terra, mar, céu e ar?
Entendo que é trabalhando na direção desta utopia que alcançaremos, não sei quando, esta ataraxia, esta felicidade e verdadeira fraternidade que trarão o bem estar da humanidade. É seu último desafio. E então viveremos plenamente o sentido de nossa existência e de nossos relacionamentos, a sobrevivência pacífica e feliz de nossa espécie.
Um sonho impossível? Quem viver verá e experimentará. Ou só no Paraíso de Deus vamos viver esta realidade?






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