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sábado, 13 de outubro de 2012

P. Lorenzo Giordano - 5


 Cartas e documentos deste volume ( P. A. de Andrade)

1. Conteúdo e valor

O presente trabalho contém 131 cartas e documentos escritos pelo P. Giordano de 1877 a 1917. Em sua grande maioria são autógrafos endereçados a D. Bosco, P. Miguel Rua, P. Paulo Álbera. Boa parte são dirigidos aos componentes do Capítulo Superior: P. Gusmano Calogero, P. João B. Lemoyne, P. José Lazzero, P. Júlio Barberis, ou missionários como P. Antônio Riccardi, P. Luiz Lasagna, Dom Tiago Costamagna ou Giovanni Cagliero. As cartas ao Dr. Carlos Alberto de Meneses são de grande valor para a história dos prolegômenos sobre a fundação do Colégio do Recife e outros. Encontram-se alguns apógrafos, fotocópias, copias, impressos e um documento incompleto.
Os escritos do P. Giordano são uma fonte preciosa para se conhecer a história inicial do Colégio de Villa Colon no Uruguai; do Liceu Sagrado Coração de S. Paulo; e sobretudo seu trabalho de pioneiro na Inspetoria de S. Luiz Gonzaga, no Nordeste/Norte do Brasil. A leitura de sua correspondência mostra sua grande alma, o incansável amante e batalhador da causa pedagógico-catequética, em prol de todos os que encontrava em seu caminho de educador-pastor. A devoção ao S. Coração de Jesus e à Virgem Maria é uma das constantes de sua vida, impulsionando-o nas horas felizes ou amargas. Seus pensamentos e conselhos merecem ser lidos e refletidos pelos pósteros.
Além do Arquivo Central de Roma, visitamos diversos outros do Brasil e da Inspetoria uruguaia. Não podemos afirmar que tenhamos descoberto todas as cartas escritas pelo primeiro Inspetor da Inspetoria do Recife. Mesmo na Pisana há ainda actualmente velhos pacotes, originários de Turim e que só agora estão sendo abertos e catalogados.
No que diz respeito às Irmãs FMA, não tivemos notícias de alguma correspondência do P. Giordano dirigida a elas. O tema resta por conseguinte aberto e quem sabe futuramente possamos incluir novas correspondências neste epistolário que agora preparamos com carinho e dedicação.
O autor destas cartas era insistente e, por vezes até um tanto áspero, em defender seus pontos de vistas diante dos Superiores de Turim ou do Inspetor P. Luís Lasagna. Nota-se na correspondência do grande missionário um acendrado amor à Congregação, a D. Bosco e seus representantes, às almas. Uma de suas constantes preocupações era a falta de pessoal suficiente para o enorme trabalho pastoral. Já em 1885, escrevia que a atividade constante dos irmãos era um perigo para o arrefecimento de suas vocações.
Nos documentos encontram-se por vezes, mensagens escritas à margem do papel, após o preenchimento total da área de escrita. Há também P. S (Post Scriptum) e apêndices. Conservamos a posição em que se encontram nos originais.
Há um apêndice, cujo documento original, não chegamos a individuar: Destinatário não identificado, Thebaida, 09 de agosto de 1912. O documento no 15, formado por seis folhas endereçadas pelo P. Pedro Cogliolo (1866 – 1932), - posteriormente Inspetor e bispo – e ao P. Júlio Barberis, contém nas duas últimas folhas um acréscimo do P. Giordano ao mesmo Barberis[1].
Os assuntos variavam desde:
·      os entendimentos para a fundação das novas casas;
·      à solicitação e formação de pessoal aos Superiores de Turim;
·      a problemas de catequese;
·      à inadaptabilidade dos Salesianos na América e suas defecções;
·      às distâncias entre as comunidades americanas:
·      ao isolamento dos Superiores;
·      à solicitação de livros para leituras;
·      à saúde dos missionários;
·      as dificuldades com a comida;
·      ao clima;
·      aos problemas financeiros.

2. Periodicidade e problemas de interpretação

Observa-se que as correspondências enviadas para a Europa obedeciam ao ritmo das viagens intercontinentais dos transatlânticos da época. Tudo indica que os barcos atravessavam o Atlântico duas vezes mensalmente, entre a América do Sul e a Itália ou França. A partir do início da Primeira Guerra Mundial as comunicações entre os dois Continentes praticamente se interromperam.
Alguns dos documentos do P. L. Giordano eram rascunhados e depois transcritos. Continham observações e por vezes, até palavras omissas. Os mais longos, eram às vezes, por falta de tempo ou mesmo por causa das enfermidades, iniciados e terminados após dois e até três dias. Frequentemente apresentavam uma tonalidade especial, de acordo com a situação psicológica, a saúde, as preocupações financeiras, ou o acúmulo de trabalho.
Diversas vezes tivemos dificuldade de chegarmos a uma plena certeza sobre o real sentido do texto. Mesmo recorrendo a escritos paralelos ou a pessoas que trabalham na mesma área de pesquisa. Procuramos no entanto, não nos substituir ao autor dos documentos, interferindo o menos possível no original.
Os escritos do P. Giordano tornaram-se mais ilegíveis a partir dos fins de ‘800. Um mal que lhe afetou a coordenação motora da mão direita com um tremor no braço deixava sua caligrafia quase ininteligível. O próprio P. Paulo Álbera chegou a falar-lhe sobre o assunto[2].
Geralmente os manuscritos estão bem conservados, escritos em papel branco comum de carta, pautado ou liso. Excepção para um em formulário azulado. Alguns trazem no cabeçalho o carimbo de alguma das casas, impresso tipograficamente. Em outros a tinta se encontra bastante apagada, dificultando a interpretação.

IV. Fontes documentais

1. Arquivos

·      Arquivo Salesiano Central de Roma
·      Arquivo do Colégio Salesiano do Recife
·      Arquivo do Colégio Salesiano de Aracaju
·      Arquivo do Colégio Salesiano da Bahia
·      Arquivo do Colégio Pio de Villa Colon (Uruguai)
·      Arquivo Diocesano de São Gabriel da Cachoeira
·      Arquivo da Inspetoria de Manaus
·      Arquivo Secreto do Vaticano
·      Centro de Documentação e Pesquisa de Barbacena, Minas Gerais


2. Fontes impressas

·      Bollettino Salesiano (italiano)
·      Boletim Salesiano (brasileiro)
·      Fondo Don Bosco, ROMA 1980
·      Dizionario Biografico dei Salesiani a cura dell’Ufficio Salesiano – Torino 1969
·      Società de San Francesco di Sales, Salesiani Defunti dal 1864 al 1986, ROMA 1986
·      (Incógnito), Traços biográficos de Monsenhor Lourenço Maria Giordano, EPS, MOOCA 1979
·      LUIZ DE OLIVEIRA, Escola Agrícola São Sebastião, Escola D. Bosco de Artes e Ofícios, RECIFE 2000
·      LUIZ DE OLIVEIRA, Centenário da Presença Salesiana no Norte e Nordeste do Brasil, Vols. I, II, III, Escola D. Bosco de Artes e Ofícios, RECIFE 1994 e 1995
·      CARLOS LEONCIO DA SILVA, Sete Lustros da Inspetoria Salesiana do Norte do Brasil (1895 – 1930), LORENA – S. PAULO 1966
·      RIOLANDO AZZI, Os Salesianos no Rio de Janeiro (1875 – 1884), Editora Salesiana D. Bosco, S. PAULO 1982
·      LUIZ MARCIGAGLIA, Os Salesianos no Brasil, Vols. I e II, S. PAULO 1955 e 1958
·      ANTENOR DE ANDRADE SILVA, Os Salesianos e a Educação na Bahia e em Sergipe – Brasil 1897 – 1970, LAS – ROMA 2000
·      MANOEL ISAÚ, Liceu Coração de Jesus, Editora Salesiana D. Bosco, S. PAULO 1985
·      LUIGI LASAGNA, Epistolario Vols I, II e III. Introduzione, note critiche e testo a cura di Antonio da Silva Ferreira, LAS – ROMA 1995, 1995 e 1999
·      ALDO GIRAUDO-GIUSEPPE BIANCARDI, Qui è vissuto D. Bosco, ELLE DI CI TORINO 1988
·      BORIS FAUSTO, O Brasil Republicano, 1 Estrutura de Poder e Economia (1889 – 1930), 2a edição, DIFEL S. A. São Paulo, 1977
·      BORIS FAUSTO, O Brasil Republicano, 2 Sociedade e Instituições (1889 – 1930), 2a edição, DIFEL S. A. São Paulo, 1978
·      WILLIAM JOHN DICKSON, The dynamics of growth. The foundation and development of the Salesians in England, LAS – ROMA 1991
·      DAL NUOVO MONDO AO MONDO NUOVO, Il cammino missionario dei religiosi negli ultimi 500 anni, Editrice Rogate – ROMA, 1992, p. 57ss
·      HIERARCHIA CATHOLICA, Vol. VII et VIII, Typ. “Il Messaggero di S. Antonio”, PATAVI 1968
·      EUGENIO CERIA Annali, Parte I (1888-1898), p. 410 ss
·      Dicionário Aurélio



[1] Cogliolo – Barberis, S. Paulo, 16 de agosto de 1885.
[2] Giordano – Álbera, 23 de fevereiro de 1912; Giordano – Álbera, Thebaida, 13 de junho de 1913.

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