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quarta-feira, 1 de maio de 2013

O homem sem uma das mãos. (A de Andrade)

Encontrei-o na Mesquita de Abraão, em Hebron a 37 km ao Sul de Jerusalém. Era um jovem árabe, moço de seus 25 e poucos anos, tez amorenada e bem aparentado. Pediu uma esmola ao nossos grupo e logo percebi que lhe faltava uma das mãos. Fiquei curioso e lhe perguntei que lhe havia acontecido. Ele não falava inglês como eu não entendo árabe. Nosso professor então me explicou que sua mão havia sido amputada para que todos soubessem que ele era ladrão. Era a aplicação da Lei de Talião (veja postagem no Face: Antenor Missionário Antenor). Olhei com ternura para aquele moço. Ainda hoje tenho sua figura em minha mente. Era jovial e alegre, como pode ser alegre um árabe. Eles não são de muitas conversas, nem tão acessíveis. Porém quando se tornam nossos amigos são capazes de enormes sacrifícios para estarem ao nosso lado. Nossa cozinheira no Instituto de teologia de Cremisan (Jordânia) era árabe. Calada, introspectiva, aspecto de sofredora, talvez anulada pelo jugo inclemente do marido para quem a mulher é um tipo de escrava. No entanto, fizemos uma grande amizade, quando ela soube que eu era brasileiro. Aquela senhora que falava italiano encontrou alguém que lhe escutasse, que lhe valorizasse. Assim aconteceu com aquele rapaz da mão amputada. Com gestos e risos quando não nos entendíamos, nos tornamos amigos.

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