1a. Leit> O autor sagrado eleva uma bela oração a Deus em favor do seu povo,
Israel. O povo escolhido tem necessidade de ser libertado e de reencontrar a
sua missão de ser amostra das promessas de Deus, farol da fidelidade e do amor
de Deus por todos os povos. Israel foi, muitas vezes, fiel à sua missão. Mas,
tantas outras, foi infiel, quebrando a Aliança. Assim perdia o canal de ligação
à fonte da sua própria vida. A dramática experiência do exílio, que deitou por
terra as suas esperanças, comprometendo a sua missão histórico-teológica entre
os povos.
Meditatio
O povo de Israel, escolhido para ser luz das nações, atraiçoou a
Aliança, envolvendo-se em aventuras pecaminosas que o levaram ao exílio. Desse
modo, não realizou a sua vocação nem ajudou os outros povos. Na primeira
leitura, pela boca de Ben Sirá, o povo reconhece as suas culpas, mostra o seu
arrependimento e pede perdão, sem alegar desculpas, pois está consciente das
responsabilidades que tem na sua própria falência. Reconhece que a misericórdia
de Deus é a sua única tábua de salvação. Por isso, clama repetidamente: «Tem
piedade de nós,Senhor» (v. 3ª). A salvação de Israel irá acontecer com a dos
outros povos que o Sábio cita na sua oração. Brilha no horizonte um raio de
esperança.
O evangelho mostra-se a triste figura dos Apóstolos. Havia tempo que
andavam com o Senhor. Mas pareciam não ter aprendido nada, pois andavam
empenhados na divisão do poder. Tudo começa com a atitude arrogante dos filhos
de Zebedeu, Tiago e João. Mas, se estes erram, também os outros se mostram
pecadores, porque se deixam levar por sentimentos de hostilidade contra os dois
irmãos: «Os outros dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar-se contra Tiago
e João» (v. 41). E Jesus tem que intervir. Recomenda aos dois irmãos que se
ponham nas mãos de Deus, que tudo dispõe como acha melhor. Ensina a todas que a
autoridade não é um posto de afirmação pessoal, de busca dos próprios
interesses, mas um serviço a exercer com humildade e generosidade. Se for
necessário, aquele que preside deve estar disposto a dar a própria vida no
exercício da missão que lhe foi confiada. Assim faz o próprio Jesus.
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