Evangelho
do dia – Lucas 17,7-10
Publicado em 12 de novembro de 2012 / Evangelho do dia
DIA 13 DE NOVEMBRO –
TERÇA-FEIRA
Quem me
ama, realmente, guardará minha palavra.
Evangelho (Lucas 17,7-10)
Naquele tempo, disse
Jesus: 17 7 “Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o
gado, quando voltar do campo lhe dirá: ‘Vem depressa sentar-te à mesa?’
8 E não lhe dirá ao contrário: ‘Prepara-me a ceia, cinge-te e
serve-me, enquanto como e bebo, e depois disto comerás e beberás tu?’
9
E se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor
devendo alguma obrigação?
10 Assim também vós, depois de terdes feito
tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos como quaisquer outros;
fizemos o que devíamos fazer’”.
Palavra da
Salvação.
Somos
servos inúteis…
Em nossa vida, tudo é
graça. Tudo é dom. Mesmo o bem que fazemos, só o fazemos porque o amor de Deus
agiu em nós. Um santo dizia: “Se eu pequei, Deus me perdoou; se eu não pequei,
Deus me sustentou.” De fato, se o Senhor nos entregar a nós mesmos, a nossas
más inclinações, boa coisa não sairá…
Hoje, mesmo na Igreja,
cresce outra vez a heresia pelagiana. Segundo esta concepção do homem, nós
seríamos capazes de fazer o bem e chegar à salvação apenas contando com nosso
esforço e boa vontade. Leia-se: sem a graça de Deus. Tal mistura de
voluntarismo e esforço heroico (derivada de uma ilusão otimista acerca de nossa
natureza!) acaba por dispensar Deus e colocar-nos em seu pedestal.
Ora. Este acesso de
loucura existencial é diretamente contradito pelo ensinamento de Jesus: “Sem
mim, nada podeis fazer.” (Jo 15,5.) Em tudo, dependemos do Senhor. Sem o
Espírito Santo, nos desviamos da verdade. Contando apenas conosco, decaímos em
terríveis degradações morais.
Ora, no Evangelho de
hoje, somos interpelados por esta frase dura de engolir: “Somos servos
inúteis…” Alguns pretendem atenuar a tradução: “Somos uns servos quaisquer…
Somos uns pobres servidores…” Mas é bater de frente contra a tradução direta (e
literal) da expressão original de São Lucas!
Creio que Jesus sabia o
que dizia aos nos qualificar assim. Por um lado, ao chamar apóstolos e
discípulos, é claro que Jesus contava com nossa cooperação na construção do
Reino. Quis precisar de nossa… inutilidade. Por outro lado, o Mestre devia
saber do risco que corremos quando cumprimos nossa obrigação e nos julgamos
credores de Deus, com direito a regalias e retribuições especiais. Ele sabe
como a vaidade modula nossa voz e orienta nossos gestos. Assim, dá-nos o rótulo
de “inúteis” como antídoto contra a soberba. Que bom!
Após uma de minhas
primeiras pregações, fui cumprimentado por uma freira bem velhinha (já em fase
terminal, devido a um câncer, sem que eu o soubesse). Minha resposta foi
pedir-lhe que rezasse por mim, para que eu não ficasse vaidoso. A baixinha
cresceu à minha frente, cheia de santa fúria, e botou o indicador em meu nariz:
“Vaidoso?! Deus sabe que você, sozinho, não vale nada!”
Deus lhe pague, Irmã
Margarida!
Orai sem cessar: “Ó Deus,
conheces a minha tolice!” (Sl 69,6)
Texto de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Muito sábia a resposta da freira: realmente sem Deus não somos nada. Venho aprendendo dia a dia a certeza dessa afirmação e muito quem tem me ensinado é o blog salesianidade e shopping miscelanea.
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