Afirmar o valor da vida humana sobre a maré crescente da cultura da morte
Mensagem de Bento XVI na abertura do 'Átrio dos Gentios' em Portugal
ROMA, sexta-feira, 16 de novembro de 2012(ZENIT.org) - Bento XVI enviou mensagem aos congregados no «Átrio dos Gentios», que se inaugura em Portugal nos dias 16 e 17 de Novembro de 2012, “reunindo crentes e não-crentes ao redor da aspiração comum de afirmar o valor da vida humana sobre a maré crescente da cultura da morte”.
A mensagem destaca que “a consciência da sacralidade da vida que nos foi confiada, não como algo de que se possa dispor livremente, mas como dom a guardar fielmente, pertence à herança moral da humanidade”.
O Papa enfatiza que “não somos produto casual da evolução, mas cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus: somos amados por Ele”.
Mas, se a razão pode alcançar tal valor da vida, porquê chamarem causa Deus? Bento XVI responde à questão citando uma experiência humana: “a morte da pessoa amada que é, para quem a ama, o acontecimento mais absurdo que se possa imaginar”,mas, “a mesma morte da mesma pessoa aparece, aos olhos de quem não ama, como um acontecimento natural, lógico (não absurdo)”.
“O amor finito é impotente; o Amor infinito é omnipotente”, continuou a mensagem, recordando o anúncio da Igreja: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16)”.
De acordo com Bento XVI, na “modernidade o homem quis subtrair-se ao olhar criador e redentor do Pai (cf. Gn 4, 14), fundando-se sobre si mesmo e não sobre o Poder divino”.
Para o Papa “é preciso tornar a abrir as janelas, olhar de novo a vastidão do mundo, o céu e a terra e aprender a usar tudo isto de modo justo”. “De fato, o valor da vida só se torna evidente, se Deus existe”.
“Aquele que se abre a Deus não se alheia do mundo e dos homens, mas encontra irmãos: em Deus caem os nossos muros de separação, somos todos irmãos, fazemos parte uns dos outros”, afirma Bento XVI.
O texto da mensagem faz referência às palavras do Concílio Vaticano II aos homens de pensamento e de ciência: «Felizes os que, possuindo a verdade, a procuram ainda a fim de a renovar, de a aprofundar, de a dar aos outros» (Mensagem, 8 de Dezembro de 1965). “Tal é o espírito e a razão de ser do «Átrio dos Gentios»".
“A vós comprometidos de várias maneiras neste significativo empreendimento, manifesto o meu apoio e dirijo o meu mais sentido encorajamento. O meu afeto e a minha bênção vos acompanham hoje e no futuro”, conclui Bento XVI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário